Não moro mais aqui.

14.6.08


O dia passa e leva o resto de mim,
a parte que sobrou intacta agora não mais me pertence.
Eu doei,
vou doar meus bens, meus mals.
vou doar o tudo e o nada.
Quero que leves tudo que já me pertenceu um dia,
Deixe só minha dignidade.
Deixe-a aqui.

creio de forma coesa que não vai me sobrar nada
e não quero.
por favor, leve tudo que puder carregar,
se quiser voltar
e levar mais uma remessa. leve.
como quiser.

Andei calculando meus gastos,
meus traços e gestos,
andei revirando gavetas
procurando memórias já esquecidas.
Guardei em um frasco
o fresco cheiro de juventude.

Lembrei que até outro dia
eu não possuia o dom de deixar.
Quebrei as promessas já feitas
mas nunca cumpridas
sem me importar.

Remédios,
Vinis
e dinheiro,
já não me importam
deixem tudo por lá.

Não levo sequer uma peça
da roupa lavada
e não me importo de esqueçê-las por lá
Não quero mais nada.

QUE TAL MAIS UM?

1 Comentários

  1. Me acostumando aos poucos, bem devagar, acho que porque ainda tenho dois pés fincados em Salvador, nas pessoas, no mar, no dendê e tudo isso forma uma grande barreira que impede que SP me conquiste.. mas tenho conhecer e aproveitar o melhor da cidade dentro do possível de uma neo-retirante com pouca grana.
    E quanto ao jornalismo, boa sorte. Já pude perceber que você escreve muito bem, então vc já tem muito do que é preciso. Mas, além disso, é preciso gostar mesmo para tentar realizar coisas bacanas.. é uma profissão diretamente ligada à egos, tanto por parte dos entrevistados, quanto dos colegas de profissão.. e é sempre difícil conviver com quem se acha e acha tudo sobre tudo, entende? Enfim.. beijinhos querida.

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