No meio de tantos e sem nenhum.
Uma mistura
de raças,
de crenças,
de tribos,
de tudo.
É como caminhar em direção ao nada.
Um lugar tão grande e cheio de becos.
Cheio de trabalhadores,
cheio de carros,
prédios,
ruas.
São
Paulo
sem
destino.
São
sozinhos
São
pobres
São
tantos
Paulos
Sim
São
Sem
Estão
Sós
Em
São Paulo.
Imagine como é
perder algo que sempre teve,
que sempre esteve com você.
Mesmo que não,
você sempre soube,
sempre que precisou,
estava ali pra ajudar.
Imagine como é
ver tudo a sua volta desmoronar,
uns te dizem sim
mas eles querem dizer não.
Dizem levantar,
mas na verdade querem te afogar.
Imagine como é
perder a base,
o chão.
Cortar uma perna
e não poder andar.
E se pudesse cicatrizar
você voltaria a andar,
mas aí eu te digo:
não vai sarar.
Vai doer mais e mais
até que não suporte
e venha a desabar.
Mas não deixe que te guiem,
pois mesmo sem uma perna
você ainda pode caminhar.
Ajeite-se,
torne aqueles que tentaram te afogar
e os mostre que você pode nadar.
Agora imagine como é
perder o que se tem,
sem aviso prévio
ou reposição.
Ao papai, onde quer que esteja.
Faz sentido
seguir um sentido e uma direção?
Faz de tudo,
faz por menos,
faz de vez,
em quando.
Fez,
fiz,
faz,
feito.
Sinto,
sento,
assunto,
o sentido.
Mesmo
sendo
quando
onde
e
porquê.
