Esperanças falidas
17.12.07
antes mesmo de falar,
pensei que havia uma esperança de estar
rumando para algum lugar que não o abismo.
Rumei.
Cá estou.
Perdida,
enforcada em meus próprios argumentos.
Merecidamente injusta,
injustamente certa.
Minhas maneiras de falar:
rudes e perversas.
Arrastando motivos sórdidos,
arrastando pensamentos falhos,
arranhando paredes de gesso
e andando.
Anime-se,
tento mostrar-lhes
o que não sou.
Tento,
mas não consigo.
Minha mentira é tão deslavada
que nem os cegos me acreditam mais.
Mesmo eles que não veem meus olhos tristes
e ausentes de luz.
Tristeza que me deixe.
Tristeza que me leve.
Não me importo,
só suporto.
Nem comporto
meus esforços
de ficar
aqui.
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