Numa pausa forçada, descobriu ser o silêncio que o acalmava como nenhum calmante jamais havia conseguido.
Primeiro silenciou os
ruídos externos; deixou de ouvir o que não lhe acrescentava, se afastou de quem muito falava e nada dizia. Aos poucos, desistiu daqueles que agiam tão
opostamente a si, que causavam interferência em seu ego.
Despiu-se de tudo que não era ele. De tudo que havia usado para adornar sua personalidade com o intuito de se misturar, sentir-se parte de algum lugar. Mas não era ele, nem dele aquilo tudo que as pessoas viam.
Despiu-se de tudo que não era ele. De tudo que havia usado para adornar sua personalidade com o intuito de se misturar, sentir-se parte de algum lugar. Mas não era ele, nem dele aquilo tudo que as pessoas viam.
Voltou-se para
dentro para, então, silenciar a mente. E não foi fácil. Aliás, não é. Se deixássemos
a alma cuidar do que nos aflige, certamente sairíamos ainda mais fortes do que
quando entramos. Mas a mente não se aquieta, manda
mensagens difusas ao corpo que luta contra até perder a guerra, até deixar-se
inerte em banho-maria.
E descobriu o
silêncio como cicatrizador. Entendeu que para sentir é preciso ouvir o
silêncio. Parou de tentar sobrepor suas aflições com uma voz que não para nunca
e que diz coisas inúteis. Ao ouvir o silêncio, percebeu que não precisava
respirar tão rápido e rasamente. Ouviu o ar entrar e sair dos pulmões e sentiu,
pela primeira vez, todo o trajeto feito por ele. Concentrou-se em sentir isso
tudo; o sangue correndo pelas veias, os músculos relaxando pouco a pouco, os
ouvidos se descomprimindo.
No silêncio, ele estava sozinho. Como um mergulhador de profundidades, era apenas ele e a imensidão muda. Os minutos passavam devagar e a mente desesperava-se para encher de caraminholas a pacificidade do azul sem fim. E na solitude, ele parou para observar como as coisas aconteciam; parou para ouvir o diálogo mudo entre o seu passado e espaço mutante do que está por vir.
No silêncio, ele estava sozinho. Como um mergulhador de profundidades, era apenas ele e a imensidão muda. Os minutos passavam devagar e a mente desesperava-se para encher de caraminholas a pacificidade do azul sem fim. E na solitude, ele parou para observar como as coisas aconteciam; parou para ouvir o diálogo mudo entre o seu passado e espaço mutante do que está por vir.