Será que todo indeciso, como eu, está fadado a fazer de cada pequena decisão um martírio sem fim?
Paro em frente à máquina de café. E agora? Café ou chocolate quente? Seleciono a quantidade de açúcar. Café para acordar? Chocolate para adoçar? As pessoas aguardam atrás de mim, esperando ansiosamente por seu momento de escolher. Ou já estão decididas porque são objetivas, são claras e decididas.
Isso me pressiona ainda mais, ter de escolher porque as pessoas querem ter a sua vez. Não que alguém tenha reclamado ou me dado um cutucão na costela. É que eu sinto seus olhos inquisitórios querendo que eu c@&$ ou desocupe a moita.
Café então, mas dormi bem, me sinto bem disposta não preciso despertar. Sinto alguém suspirar profundamente no meu pescoço exposto pelo rabo-de-cavalo. Penso. Vou de chocolate quente afinal, mas são os primeiros dias da primavera, está ameno, e o chocolate vai esquentar até o que não deve. Meus dedos trepidam sobre os muitos botões, meus olhos disparam em direção ao caos que está minha mente. Meu Deus! É uma simples escolha! Café, chocolate! Chocofé! Cafélate! A máquina ao lado fica vaga, suspiro em alívio.
Pára alguém atrás de mim, querem minha máquina, querem meu café. Apressam minha escolha, me encolho. O que escolho? Olho no olho do ser que habita secretamente a máquina de café, aperto o botão. O copo cai, a máquina ressoa no pequeno espaço de convivência. O que escolhi, afinal? Café? Ai, não! Acho que o dia está pedindo um chocolate! Olho para o copo na esperança de ter feito a escolha certa. A espuma cremosa, de cor claro-escura que incrementa o capuccino me anima, vai ser um bom dia. Entre café e chocolate, escolhi os dois.
Capuccino para os indecisos, os mal-resolvidos sem opinião formada. Capuccino é a libertação da velha opinião formada sobre tudo, é o Kafka, a metamorfose. A indecisão é plena e me anima, é ter dois caminhos a escolher e estar em ambos.
Pára alguém atrás de mim, querem minha máquina, querem meu café. Apressam minha escolha, me encolho. O que escolho? Olho no olho do ser que habita secretamente a máquina de café, aperto o botão. O copo cai, a máquina ressoa no pequeno espaço de convivência. O que escolhi, afinal? Café? Ai, não! Acho que o dia está pedindo um chocolate! Olho para o copo na esperança de ter feito a escolha certa. A espuma cremosa, de cor claro-escura que incrementa o capuccino me anima, vai ser um bom dia. Entre café e chocolate, escolhi os dois.
Capuccino para os indecisos, os mal-resolvidos sem opinião formada. Capuccino é a libertação da velha opinião formada sobre tudo, é o Kafka, a metamorfose. A indecisão é plena e me anima, é ter dois caminhos a escolher e estar em ambos.